quinta-feira, 24 de setembro de 2020

PRENDAS???? NÃO! JAMAIS SEREMOS...

 

Você pode ouvir esse Podcast e outros no You Tube :

ACESSE  O CANAL DO PROF@ MI ..COISAS DE ESCOLA, SE INSCREVA E ACOMPANHE:https://www.youtube.com/c/MIRIANMACHADO2014
Ou no Spotify


                                                    PRENDAS? NÃO!!!!

 

Baseado na leitura do texto de Steffany Cardoso com algumas reflexões e adaptações...

 

É nas tradições do Rio Grande do Sul, um dos estados brasileiros onde o conservadorismo é mais presente que mais se perpetua a diferença entre homens e mulheres...

Enquanto aos homens cabe a imagem de coragem e valentia, quando enfrentam as dificuldades e se sobressaem sobre aqueles que os ameaça, as mulheres devem ser criadas para ser um presente (prenda??), um enfeite, àquele homem que for merecedor de formar uma família e lhe dar  o sobrenome (MAS AINDA PRECISAMOS DISSO?).

No dicionário prenda que é um substantivo feminino

1.  objeto que se dá a alguém como um agrado; mimo, dádiva, presente. Dote;

2. habilidade, aptidão e conhecimento em qualquer ramo de atividade; predicado, qualidade...

Mas não somos objeto ou presente..!!!! JAMAIS SEREMOS...

No passado nossa educação era sobretudo doméstica; na maioria das vezes crescíamos sob o teto sustentado pelo nosso pai e boa parte das mulheres só sairiam de casa para se abrigar sobre outro teto sustentado pelo marido. Segundo as tradições, estávamos  sempre sob a tutela de um homem. Assim era o que ditava a cultura tradicionalista, criada e sustentada pelas elites Rio Grandenses, principalmente nas  cidades do interior.

Essa cultura machista gaúcha, ainda entende que aquela mulher que tenta se desvencilhar das amarras que a prendem, é vista como “china”, que nas gírias locais tem sentido pejorativo.

Falar em independência econômica é irreal para quem sofre todos os dias com as intermináveis tarefas domésticas, com os empregos mais precários fora de casa, com a precariedade da educação pública e da rede de saúde pública.  Nas escolas ainda não temos educação sexual para poder decidir ou entender o que está acontecendo com nosso corpo. Em casa, muitas vezes ainda aprendemos que o toque é pecado; mas também aprendemos a atender as necessidades dos homens. Em algumas localidades não nos garantem gratuitamente contraceptivos de qualidade

  ( sem tantos efeitos colaterais) para que possamos evitar uma gravidez indesejado.  Infelizmente esse Estado  ainda não é nosso, e não serve a nós. Por isso não basta a ascensão de algumas de nós e nem basta ocupar os espaços de poder; precisamos é que  não existam mais espaços de poder.

Nós sentimos todos os dias na pele e na nossa carne a dor da exploração e da opressão. Dói tanto quanto o golpe de um mango. E justamente quem mais sofre é que tem a gana por mudança. Não queremos mais adaptações, não nos satisfazemos com pequenas conquistas. Queremos tudo que temos direito; não só o pão e tudo de básico e necessário que há para sobreviver; mas também a plenitude de uma vida com sentido, a qual valha a pena ser vivida, afinal somos guerreiras, chefes de famílias, arregaçamos as mangas e não somos mais prendas e sim mulheres fortes... .

 Somos escudos dos ataques de um regime baseado no acúmulo de capital . E tomaremos a linha de frente da batalha por um novo mundo. Somos poucas no poder mas milhares nas ruas; e vamos derrubar as portas das nossas casas e de tudo que possa nos deter.

NÃO SOMOS SÓ A VOZ DE TODAS AS ANAS TERRAS, BIBIANAS E ANITAS, SOMOS A VOZ DE TODAS AS FRIDAS POR ESSE BRASIL AFORA!

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Blog C@st da Mih compõe o MiniC@st da Mih e como o nome já diz é um mini podcast de maior freqüência , podendo ser diário ou semanal...de...