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PRENDAS?
NÃO!!!!
Baseado na leitura do texto de Steffany Cardoso com
algumas reflexões e adaptações...
É nas
tradições do Rio Grande do Sul, um dos estados brasileiros onde o conservadorismo
é mais presente que mais se perpetua a diferença entre homens e mulheres...
Enquanto aos homens cabe a imagem de coragem e valentia, quando
enfrentam as dificuldades e se sobressaem sobre aqueles que os ameaça, as
mulheres devem ser criadas para ser um presente (prenda??), um enfeite, àquele
homem que for merecedor de formar uma família e lhe dar o sobrenome (MAS AINDA PRECISAMOS DISSO?).
No dicionário prenda
que é um substantivo feminino
1. objeto que se dá a alguém como um
agrado; mimo, dádiva, presente. Dote;
2. habilidade, aptidão e conhecimento em
qualquer ramo de atividade; predicado, qualidade...
Mas não somos
objeto ou presente..!!!! JAMAIS SEREMOS...
No passado nossa educação era sobretudo doméstica; na maioria das vezes crescíamos
sob o teto sustentado pelo nosso pai e boa parte das mulheres só sairiam de
casa para se abrigar sobre outro teto sustentado pelo marido. Segundo as
tradições, estávamos sempre sob a tutela
de um homem. Assim era o que ditava a cultura tradicionalista, criada e
sustentada pelas elites Rio Grandenses, principalmente nas cidades do interior.
Essa cultura machista gaúcha, ainda entende que aquela mulher que tenta
se desvencilhar das amarras que a prendem, é vista como “china”, que nas gírias
locais tem sentido pejorativo.
Falar em independência econômica é irreal para quem sofre todos os dias
com as intermináveis tarefas domésticas, com os empregos mais precários fora de
casa, com a precariedade da educação pública e da rede de saúde pública. Nas
escolas ainda não temos educação sexual para poder decidir ou entender o que
está acontecendo com nosso corpo. Em casa, muitas vezes ainda aprendemos que o
toque é pecado; mas também aprendemos a atender as necessidades dos homens. Em
algumas localidades não nos garantem gratuitamente contraceptivos de qualidade
( sem tantos efeitos colaterais) para que
possamos evitar uma gravidez indesejado. Infelizmente esse Estado ainda não é nosso, e não serve a nós. Por isso
não basta a ascensão de algumas de nós e nem basta ocupar os espaços de poder;
precisamos é que não existam mais
espaços de poder.
Nós sentimos todos os dias na pele e na nossa carne a dor da exploração
e da opressão. Dói tanto quanto o golpe de um mango. E justamente quem mais
sofre é que tem a gana por mudança. Não queremos mais adaptações, não nos satisfazemos
com pequenas conquistas. Queremos tudo que temos direito; não só o pão e tudo
de básico e necessário que há para sobreviver; mas também a plenitude de uma
vida com sentido, a qual valha a pena ser vivida, afinal somos guerreiras,
chefes de famílias, arregaçamos as mangas e não somos mais prendas e sim
mulheres fortes... .
Somos escudos dos ataques de um
regime baseado no acúmulo de capital . E tomaremos a linha de frente da batalha
por um novo mundo. Somos poucas no poder mas milhares nas ruas; e vamos derrubar
as portas das nossas casas e de tudo que possa nos deter.
NÃO SOMOS SÓ A VOZ DE TODAS AS ANAS TERRAS, BIBIANAS E ANITAS, SOMOS A
VOZ DE TODAS AS FRIDAS POR ESSE BRASIL AFORA!
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