MULHER GAÚCHA! EP 17
TEXTO Guilherme Milani Lorscheider ( COM ADAPTAÇÕES)
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Nos dias atuais, muito se discute sobre a representatividade da mulher no mundo. Com o avanço do feminismo através dos tempos, desde a Revolução Francesa onde a mulher, de fato, construiu uma independência maior e até os dias atuais a história da emancipação da mulher tomou rumos diversos.
A mulher gaúcha teve um papel corajoso e pioneiro na história, sendo peça fundamental para a construção da
república rio-grandense.
Temos a personagem criada por Érico Veríssimo: Ana Terra. Em seus livros
O Continente I e II, que deixa claro que a mulher contribuiu fortemente para a
construção da história do Rio Grande do Sul. O uso da personagem como exemplo,
deve-se porque é o espelho do atual modelo da mulher gaúcha.
“Sua personalidade forte, de garra, obstinação e resistência frente a
todas as perdas e violências que sofreu fazem de Ana Terra um símbolo da mulher
gaúcha. Traços da personalidade de Ana e sua crença na vida serão encontradas
nas mulheres das gerações futuras da família Terra Cambará, principalmente de
sua neta Bibiana.”
Quando falamos da Guerra dos Farrapos e suas grandes batalhas e feitos, a
presença feminina é negligenciada. Quando pensamos em mulher na Guerra dos
Farrapos, logo pensamos em Anita, mas sem ser ela; o que sabemos da atuação da
mulher em combate? A resposta é: quase nada!
Em uma sociedade quase que exclusivamente de militares, que tem tradição
machista e direciona a mulher – desde cedo – aos afazeres domésticos e deveres
religiosos enquanto esperava um cônjuge. Todo mundo sabe que a Revolução
Farroupilha durou 10 anos! Mas a pergunta é: onde estavam as mulheres durante
inúmeros ataques, incêndios e mortes? A resposta é simples.
A mulher estava conquistando seu
espaço! Registros da época relatam alguns grupos espalhados pelo estado com
propostas distintas. Fazendeiras que substituíram o administrador, liberando o
gado mediante recibo ou vendo o rebanho espoliado. Barqueiras comandavam
pequenas embarcações com produtos agrícolas para o mercado porto-alegrense;
muitas acompanhavam seus maridos em combate para o cuidado dos feridos e por
aí, a lista só aumenta.
Importante destacar alguns nomes
que fizeram história no pago gaúcho e que poucos ouviram falar:
• Nísia Floresta: chegou ao
Sul em 1833 vinda do Nordeste. Cantora, falava sobre as farturas das
chácaras-cinturão verde de Porto Alegre. Traduziu a obra “Direito das Mulheres
e Injustiça dos Homens”, caracterizada por ser ousada e muito avançada. Como
forma de minimizar os efeitos da ousadia causada pela obra, a imprensa a
silenciou.
• Ana de Barandas: grande
questionadora de homens conservadores, a porto-alegrense era solidária na busca
por mais direitos. Inconformada, suas denúncias tiveram repercussão na formação
do pioneiro Partido Político Feminino. Foi presa, interrogada e expulsa de
Porto Alegre. Em seu livro O Ramalhete (1845), argumenta que a mulher deve ter
vontade própria para abraçar a causa que ache vantajosa.
• Marquesa de Alegrete:
heroína anônima, nobre pampeana, que em 14 de janeiro de 1717, na Batalha de
Catalan, ao lado do esposo Marques de Alegrete – Luiz Telles de Caminha e
Menezes serviu como enfermeira, mãe e até soldado, na demarcação de fronteiras
do nosso pago gaúcho.
Mulheres atuantes que vale a pena pesquisar um pouco e sair do estigma
que a história rio-grandense foi somente formada por homens.
A história das mulheres gaúchas do passado deixou um legado de bravura e
determinação para as mulheres atuais.
A representatividade e a voz
feminina está mais ampla e estamos preparadas para expressar opiniões e posicionamentos sem medos.
Nosso trabalho é de formiguinha...mas avançamos cada dia mais, ocupando
espaços e defendendo os nossos direitos! Somos a VOZ DE TODAS AS FRIDAS!
PROF@ MI...COISAS DE ESCOLA É
AFILIADA A REDE GAÚCHA DE PODCASTERS – O PODCASTHÊ, A NAÇÃO PODCASTERS E
INTEGRANTE DO PODCAST AVOZ DAS FRIDAS DA RADIO FRIDA ROCK. CONHEÇA NOSSO
TRABALHO, OUÇA A NOSSA VOZ...ESTAMOS EM TODOS OS AGREGADORES E REDES SOCIAIS.