quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Informativo sobre mediador escolar

INFORMATIVO SOBRE MEDIADOR ESCOLAR

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

NOTA TÉCNICA SEESP/GAB nº 19/2010 DATA: 08 de setembro de 2010

ASSUNTO: Profissionais de apoio para alunos com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento matriculados nas escolas comuns da rede públicas de ensino.

INTERESSADO: Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade - SECAD.

As escolas de educação regular, pública e privada, devem assegurar as condições necessárias para o pleno acesso, participação e aprendizagem dos estudantes com deficiência e transtornos globais do desenvolvimento, em todas as atividades desenvolvidas no contexto escolar. Dessa forma, devem ser observados os seguintes marcos legais, políticos e pedagógicos:
" A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva define a Educação Especial como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, que realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza recursos e serviços e orienta sua utilização no ensino regular.
" A Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência (ONU,2006), incorporada a Constituição Federal por meio do Decreto nº 6.949/2009, que assegura as pessoas com deficiência o direito de acesso a um sistema educacional inclusivo em todos os níveis.

" O Decreto nº. 6.571/2008, que institui o duplo financiamento no âmbito do FUNDEB para os alunos público alvo da educação especial da rede pública de ensino, matriculados no ensino regular e no atendimento educacional especializado -AEE não substitutivo a escolarização.

" A Resolução CNE/CEB nº. 04/2009, que institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, orientando no seu art. 10º, inciso VI, que o projeto pedagógico da escola regular deve prever na sua organização, dentre outros, profissionais de apoio, como tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros para atuar em atividades de alimentação, higiene e locomoção;

" A Resolução CNE/CEB nº. 04/2010, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, dispondo sobre a organização da educação especial como parte integrante do projeto pedagógico da escola regular.
Dentre os serviços da educação especial que os sistemas de ensino devem prover estão os profissionais de apoio, tais como aqueles necessários para promoção da acessibilidade e para atendimento a necessidades específicas dos estudantes no âmbito da acessibilidade às comunicações e da atenção aos cuidados pessoais de alimentação, higiene e locomoção. Na organização e oferta desses serviços devem ser considerados os seguintes aspectos:

" As atividades de profissional tradutor e intérprete de Libras e de guia-inetérprete para alunos surdocegos seguem regulamentação própria, devendo ser orientada sua atuação na escola pela educação especial, em articulação com o ensino comum.

" Os profissionais de apoio às atividades de locomoção, higiene, alimentação, prestam auxílio individualizado aos estudantes que não realizam essas atividades com independência. Esse apoio ocorre conforme as especificidades apresentadas pelo estudante, relacionadas à sua condição de funcionalidade e não à condição de deficiência.

" A demanda de um profissional de apoio se justifica quando a necessidade específica do estudante público alvo da educação especial não for atendida no contexto geral dos cuidados disponibilizados aos demais estudantes.

" Em caso de educando que requer um profissional "acompanhante" em razão de histórico segregado, cabe à escola favorecer o desenvolvimento dos processos pessoais e sociais para a autonomia, avaliando juntamente com a família a possibilidade gradativa de retirar esse profissional.

" Não é atribuição do profissional de apoio desenvolver atividades educacionais diferenciadas, ao aluno público alvo da educação especial, e nem responsabilizar-se pelo ensino deste aluno.
" O profissional de apoio deve atuar de forma articulada com os professores do aluno público alvo da educação especial, da sala de aula comum, da sala de recursos multifuncionais, entre outros profissionais no contexto da escola.

" Os demais profissionais de apoio que atuam no âmbito geral da escola, como auxiliar na educação infantil, nas atividades de pátio, na segurança, na alimentação, entre outras atividades, devem ser orientados quanto à observação para colaborar com relação no atendimento às necessidades educacionais específicas dos estudantes.

De acordo com a concepção de diferenciação positiva, o projeto político pedagógico da escola deve fundamentar a organização dos serviços de apoio no ensino regular, observando que:

" Atualmente a concepção de deficiência não é associada à condição de doença, carência ou invalidez, que pressupõe a necessidade de cuidados clínicos, assistênciais ou de serviços especializados, em todas as atividades.

" Todos os estudantes precisam ter oportunidade de desenvolvimento pessoal e social, que considere suas potencialidades, bem como não restrinja sua participação em determinados ambientes e atividades com base na deficiência.

" Ë fundamental reconhecer o significado da inclusão para que as pessoas público alvo da educação especial tenham assegurado seu direito a plena participação no ambientes comuns de aprendizagem e na comunidade com as demais pessoas, construindo as possibilidades de sua participação na escola e no trabalho.

" Uma sociedade inclusiva supera o modelo educacional calcado em processos terapêuticos, onde atividades comuns como brincar, dançar, praticar esporte e outras são implementadas por profissionais especializados em um tipo de deficiência, geralmente em espaços segregados, que desvincula tais pessoas do seu contexto histórico e social.

A educação inclusiva requer uma redefinição conceitual e organizacional das políticas educacionais. Nesta perspectiva, o financiamento dos serviços de apoio aos alunos público alvo da educação especial devem integrar os custos gerais com o desenvolvimento do ensino, sendo disponibilizados em qualquer nível, etapa ou modalidade de ensino, no âmbito da educação pública ou privada. Ressalta-se que os estabelecimentos de ensino deverão ofertar os recursos específicos necessários para garantir a igualdade de condições no processo educacional, cabendo-lhes a responsabilidade pelo provimento dos profissionais de apoio. Portanto esta obrigação não deverá ser transferida às famílias dos estudantes público alvo da educação especial, por meio da cobrança de taxas ou qualquer outra forma de repasse desta atribuição.
Martinha Clarete Dutra dos Santos
Diretora de Políticas de Educação Especial
De acordo,
Claudia Pereira Dutra
Secretária de Educação Especial

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Letra da música.....

VISITE O SITE www.serdiferenteenormal.org.br
Ser diferente é normal...
Todo mundo tem seu jeito singular
De crescer, aparecer e se manifestar
Se o peso na balança é de uns quilinhos a mais
E daí, que diferença faz?


Todo mundo tem que ser especial
Em seu sorriso, sua fé e no seu visual
Se curte tatuagens ou pinturas naturais
E daí, que diferença faz?


Já pensou, tudo sempre igual?
Ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal
Já pensou, sempre tão igual?
Tá na hora de ir em frente:
Ser diferente é normal

domingo, 27 de janeiro de 2013

Informações Básicas

      Informações básicas sobre as deficiências (extraido do site: Música & Inclusão)

  • Pessoas que possuem Mielomeningocele, uma deficiência no fechamento do tubo neural, tendem a desenvolver importante alergia ao látex (cuidado com materiais como bexiga de festa);
  • Pessoas com Síndrome de Down, podem desenvolver cardiopatias e alguns problemas nas vértebras próximas ao pescoço. Portanto, antes de fazer alguma atividade que exija da capacidade física, o professor deve saber mais a respeito do diagnóstico de seu aluno;
  • Pessoas com deficiência mental, geralmente, possuem grande dificuldade em abstrair as informações. Portanto, o ideal é utilizar sempre materiais concretos, em que ela possa não somente ver o que está sendo “explicado”, mas se der, tocar, experimentar;
  • Pessoas cegas desde a infância, se não forem bem estimuladas desde pequenas, podem desenvolver esteriotipias (espécie de cacoetes), bem como, problemas quanto a motricidade, principalmente fina;
  • Cores muito berrantes podem dificultar a compreensão por parte das pessoas com problemas neurológicos;
  • Aparelho auditivo não faz com que pessoas surdas passem a ouvir, mas sim, dá àqueles que já possuem resíduo auditivo, maior consciência de ambiente sonoro. Amplia sua percepção quanto aos ruídos e som;
  • Pessoas com apraxia não aparentam (externamente) ter nenhuma dificuldade motora, mas quando precisam realizar alguma ação estipulada podem não conseguir executá-la. O problema é na passagem da informação do cérebro para o membro que precisa realizar a ação. Uma pessoa apráxica pode ter dificuldade em escrever, ler, pouca coordenação motora, confundir direita com esquerda, dentre outras coisas. Essa pessoa não possui deficiência mental nem física. O professor deve sempre ficar atento, pois alunos com esse tipo de problema muitas vezes são nomeados preguiçosos quando na verdade possuem uma dificuldade de organização neurológica.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Quem ganha com a Inclusão?

Quem ganha com a inclusão de crianças com deficiência?

Estudos e experiências realizados no Brasil e no mundo demonstram que a Educação Inclusiva é benéfica para todos os envolvidos.

Os alunos com deficiência aprendem:

melhor e mais rapidamente, pois encontram modelos positivos nos colegas;

que podem contar com a ajuda e também podem ajudar os colegas;

a lidar com suas dificuldades e a conviver com as demais crianças.

Os alunos sem deficiência aprendem:

a lidar com as diferenças individuais;

a respeitar os limites do outro;

a partilhar processos de aprendizagem.

Todos os alunos, independentemente da presença ou não de deficiência, aprendem:

a compreender e aceitar os outros;

a reconhecer as necessidades e competências dos colegas;

a respeitar todas as pessoas;

a construir uma sociedade mais solidária;

a desenvolver atitudes de apoio mútuo;

a criar e desenvolver laços de amizade;

a preparar uma comunidade que apoia todos os seus membros;

a diminuir a ansiedade diante das dificuldades.
(extraído do site  www.saci.org.br)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Lutando pela Inclusão!!!!

Sempre em frente!
Sempre lutando!
Sempre GUERREIROS!

Inclusão é um exercício de cidadania...

Projeto de Lei nº 163/11 (proteção dos autistas )

Nova lei obriga diretor de escola a matricular autista


Gestores poderão ser multados ou demitidos; norma vai assegurar acesso também a saúde e moradia, entre outros


04 de janeiro de 2013 | 2h 06

LÍGIA FORMENTI / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Gestores de escolas que se recusarem a matricular alunos com autismo serão punidos com multa e, em caso de reincidência, poderão perder o cargo. A regra integra a Política de Proteção dos Direitos de Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, sancionada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff.

"A lei representa um passo importante, mas, agora, tem de ser colocada em prática", afirmou a presidente da Associação Brasileira de Autismo, Marisa Furia Silva. O texto prevê a participação da sociedade em todas as etapas da política: desde a implementação até o controle da execução das ações.
Para Marisa, um dos maiores avanços do texto é deixar claro que o autista deve ser considerado como deficiente. "Até hoje, pessoas com transtorno estavam à margem do sistema de atenção", avalia.
Ela conta que em muitos casos havia dúvida se o tratamento deveria ser feito na área de saúde mental, se o autista deveria ter asseguradas todas as garantias previstas na política de pessoas deficientes. "Isso agora está resolvido", diz.
O mesmo ocorre com o acesso à educação. "Como todo cidadão, o autista deveria ter assegurado todo atendimento e assistência. Mas isso, muitas vezes, ficava apenas no papel, incluindo as vagas nas escolas."
A lei assegura a participação da comunidade na elaboração e no controle da política. As ações deverão ser feitas de forma intersetorial. "A ideia é criar estratégias dentro de várias áreas: saúde, educação, previdência", completa a presidente da associação.
A lei foi batizada de Berenice Piana, em homenagem à autora do projeto apresentado no Congresso, também mãe de autista. A ideia é assegurar, com a norma, acesso a ações e serviços de saúde, educação, ensino profissionalizante, moradia, mercado de trabalho, previdência e assistência social.
Diagnóstico precoce. Marisa considera essencial garantir o diagnóstico precoce da doença. "Há ainda muito o que melhorar", avalia. Ela observa que quanto melhor a qualidade da assistência, menor o gasto, tanto do governo quanto das famílias de autistas.
Outro ponto importante, completa, é a formulação de um sistema de tratamento para pacientes em todas as fases da vida: desde a infância até a terceira idade. "Quem vai cuidar do idoso autista? Os pais morrem, os irmãos possivelmente também já estarão na terceira idade. É preciso ações para crianças, para estudantes, jovens e idosos."
De acordo com o governo, para o cumprimento das diretrizes de saúde, educação e ensino profissionalizante, o poder público poderá firmar contrato de direito público ou convênio com pessoas jurídicas de direito privado.

DICA SUPER ESPECIAL....

  O site abaixo é recheado de sugestões para trabalhar com crianças e adultos:
   http://www.reabilitacaocognitiva.org/

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Um novo olhar sobre" Aspies"

Forças, não fraquezas
E se a definição do Síndrome de Asperger fosse feita através das capacidades e talentos dos seus indivíduos, ao invés das suas fragilidades? É isso mesmo que Tony Attwood propõe, numa lista de critérios de descoberta dos ‘aspies’:
• relações pessoais caracterizadas por uma perfeita lealdade;
• independência de preconceitos sexistas ou geracionais;
• discurso isento de falsidades ou conceitos politicamente correctos;
• capacidade de seguir as próprias ideias ou perspectivas, apesar das provas em contrário;
• consideração por pormenores e detalhes que aparentam pouco interesse para a maioria;
• capacidade de aceitar argumentação sem ideias pré-concebidas;
• interesse nas verdadeiras contribuições para a conversa, sem perder tempo com superficialidades ou trivialidades;
• conversação sem objectivos pouco claros ou manipulação;
• perspectivas originais, e por vezes únicas, na resolução de problemas;
• memória excepcional para dados ignorados por todos os outros indivíduos;
• clareza de valores e poder de decisão inalterado por factores políticos e financeiros;
• sensibilidade apurada para experiências e estímulos sensoriais;
• maiores hipóteses de prosseguir carreiras académicas e/ou científicas.

O mundo precisa de Asperger...

 Tido como uma desordem autista, o Síndrome de Asperger causa perplexidade. Aparentemente ‘normais’, os ‘aspies’ têm dificuldades extremas em socializar. Para o maior especialista nesta matéria, não se trata de uma deficiência mas sim de uma forma diferente - e necessária - de ver o mundo.
.....Quando uma pessoa é cega, os poderes públicos não hesitam em prestar a ajuda considerada necessária, tanto a ela como aos que lhe são próximos. Tal não acontece nos casos de Asperger e é aí que as coisas têm de mudar. O valor de uma sociedade é medido na qualidade da ajuda prestada a quem dela necessita, não pelo seu produto interno bruto ou pelo número de carros de luxo a circular nas estradas. É a forma como tratamos quem está em desvantagem que nos deve classificar enquanto sociedade. A visão que a maior parte das pessoas tem – incluindo as autoridades competentes, em muitas situações – é a de que as atitudes de uma criança com Asperger se devem a mimo em excesso ou podem ser ‘reparadas’ facilmente. Eu gostava que fosse assim tão simples! No que diz respeito a recursos, o poder político só tomará uma atitude se os cidadãos a exigirem. Repito: é preciso apoio, não críticas. O SA não é causado por erros na educação das crianças ou por não serem amadas. Elas não se isolam por falta de amor. Dizer isso é um profundo insulto para as famílias, em especial para os pais....
(extraído da revista Pais e Filhos)

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Uma visão sistêmica do Bullying

Uma viagem filosófica sobre a tendência da violência social
Por Cristiano Camargo
Muita gente já falou sobre este assunto, o autor que vos escreve inclusive, mas hoje eu gostaria de ir mais fundo nesta questão e fazer uma análise mais detalhada desta problemática das quais Autistas/Aspergers (e muitos neurotípicos também) são vítimas frequentes. Para que possamos entender como Autistas/Aspergers e outras vítimas recebem esta compulsão para a violência física, verbal e psicológica, precisamos primeiro entender a lógica do Opressor.
O Bullying não é um fenômeno recente, e não existe apenas na sociedade humana, mesmo na natureza, entre os animais, ele também existe, pois, em seu âmago e essência, o Bullying não é mais do que a simples intolerância e rejeição ao Diferente.
O grande escritor Jerzin Kosinski, em sua obra, “O pássaro pintado”, demonstrou isto claramente ao mostrar o caso do menino que separou um pássaro de seu bando, o pintou de azul e o recolocou nomeio de seu bando novamente. O indivíduo pintado, que até então era bem aceito, passou a ser alvo de intensos e furiosos ataques do resto do bando, até que fosse morto.
Mas isto não justifica a existência do Bullying na Sociedade Humana. Não se trata aqui de defender as ideias de Jean Jaques Rousseau e sua ideia de bom selvagem.
Não me parece que as pessoas sejam influenciadas por outras pessoas a ponto de irem contra a sua índole, contra a sua própria natureza, sua essência, e tê-la corrompida com novos comportamentos que vão contra sua índole original. Penso que quem tem compulsão pela violência já nasce assim e a educação dos pais nem sempre é a responsável, muitas vezes esta compulsão cresce sozinha dentro da mente do indivíduo, outras vezes é reforçada pela educação que recebeu. Existe um claro limite para o pensamento de Lavoisier, pois embora a índole original nunca se perca, existe um limite até onde possa se transformar.
O que está por trás então da rejeição ao diferente, da exclusão social?
A rejeição é um dos sentimentos que afeta mais profundamente a alma humana e sua psique. Mais ainda aos sensíveis Autistas e Aspergers!
O que leva um ser humano, ou um conjunto deles a rejeitar outro não é meramente instintivo, como nos pássaros e outros animais, embora, claro que tenha este componente.
Por que então a Natureza teria dotado os animais, inclusive nós, de um Instinto de Rejeição Social?
Charles Darwin provavelmente explicaria isto como sendo o indivíduo diferente não adaptado ao seu meio ambiente e por ser uma mutação genética. Porém, mutações genéticas muitas vezes preveem adaptações para ambientes e contextos futuros, que ainda vão acontecer e que não aconteceram ainda. São embriões das futuras gerações, experimentos destinados a estarem além de seu tempo, e a novas condições que só se apresentarão no futuro, e que se eles se adaptarem bem, serão o futuro da espécie.
É muito precipitado e presunçoso, ao menos por agora, afirmar que seja este o caso dos Autistas/Aspergers, alegando sua estrutura cerebral diferente e seus comportamentos diferentes. Mas pode ser uma tentativa da Natureza de seguir este caminho, que ninguém sabe se um dia, num futuro muito distante, poderá ser uma adaptação recessiva ou dominante na espécie humana. Na evolução humana, muitos foram os becos sem saída, e não se pode descartar que possa ser este o caso do s Autistas/Asperger, tudo é possível, mas nada é passível de comprovação, ao menos até agora.
Como mecanismo de proteção da Sociedade, no entanto, o Instinto de Rejeição Social falha nas áreas da Moral e da Ética.
Por isto não funciona em Seres Humanos da mesma forma que nos animais, e é reforçado por outros fatores muito além dos meramente naturais. E quais fatores seriam estes?
Não acredito na influência das Mídias, em suas várias formas, como fator importante a considerar, embora algumas façam apologia à Exclusão. Acredito na própria essência humana, e que cada um nasce com sua própria índole e propensão a certos comportamentos, que só são influenciados pelo ambiente e contexto onde vivem, inclusa aí a educação provida pelos pais, e a de amigos(as), até certo ponto. A violência em si sempre fez parte da Sociedade humana, em sua Pré-História e História, mas ela não foi o fator motivador dos fatos históricos em si, mas consequência direta de ideologias e vícios como a ganância, especialmente pelo Poder.
Acredito que as raízes do Bullying como Agente de Exclusão e Rejeição Social que é, advém do próprio caráter formado de seus conceitos e preconceitos, sua ideologia e valores morais, e é na formação do caráter que a educação dos pais influencia, ao tentar moldar, segundo seus próprios valores, o caráter primitivo, original e ainda incompleto da criança, que necessita de exemplos. Claro que não podemos ser Lamarkianos e ingênuos aponto de achar que, com base nisto, todo filho de boxeador vai ser um homem violento e que goste de brigar, para se adaptar a um ambiente de violência social.
Os filhos seguem os exemplos dos pais até certo ponto. Ou todo filho de pais que se suicidam se suicidariam imediatamente após verem os pais dando cabo de suas próprias vidas.
A mesma coisa é a influência dos amigos. O ponto em que quero chegar é a Pré-Disposição Psicológica. O indivíduo que pratica o Bullying em todas as suas formas já nasce com esta pré-disposição, e as influências sociais e familiares só apertam o gatilho que já existe. Neste ponto o que pode ser feito pelos pais é não prover este gatilho e não o deixar disparar (e muitos, provavelmente a maioria, provê isto inconscientemente, sem saber). O que explica a adesão em massa a um ato isolado de Bullying, transformando-o num evento social de rejeição e exclusão é o fator do Instinto de Rejeição Social inicialmente, depois somado à insegurança dos demais integrantes, de serem rejeitados socialmente, do espírito de liderança do membro que iniciou o evento (e a consequente lealdade a ele) e a possibilidade de ver nesta atividade algo divertido (e aí entra a pré-disposição e os fatores morais e culturais).
Numa Sociedade em que a Sensibilidade, os sentimentos, as emoções, a beleza de coração e alma são tão desprezados e desvalorizados, motivo de chacotas e ridicularizações, onde se prega a Desumanização da Sociedade pelo Individualismo, a rejeição social, da qual o Bullying faz parte, acaba sendo um dos poucos fatores concatenantes de união das pessoas a um objetivo, que vai muito além do conceito antigo, no sentido descrito por George Orwell em sua obra “1984″, de massificação das pessoas, sua conteinerização em moldes pré-formatados em que todos teríamos de ser iguais e os que não se encaixassem nos moldes seriam os elementos subversivos da Sociedade, a serem controlados, ou expulsos da sociedade, ou ainda isolados, segregados dela.
Esta exclusão não se dá mais, do ponto de vista dos praticantes do Bullying e seus defensores, pela razão lógica (?) da subversão, mas da violência pela violência, da violência como fator de diversão, em suma, pela adesão de alguns dos princípios do Marquês de Sade, o Sadismo, não como prazer sexual, mas da busca pseudo-hedônica do prazer pela violência, para isto bastando qualquer diferença, mínima que seja.
A pré-disposição que os praticantes de Bullying apresentam é a do sadismo, e de alguns dos mais violentos, talvez a Psicopatia. Quando se desumaniza a Humanidade a ponto de seus integrantes sentirem prazer e diversão no sofrimento dos outros, é hora de reagir e procurar curar, barrar esta tendência perversa e cruel.
E como o Bullying afeta suas vítimas?
Claro que a depressão, a angústia e o trauma são comuns tanto a neurotípicos, como aos Autistas/Aspergers.
Mas os neuro-diferentes são afetados, acredito, de forma muito mais profunda.
A índole Autista é pautada pela sensibilidade, pela sua essência pacífica e ordeira, pelos profundos sentimentos e emoções, que como disse em outras ocasiões em meus artigos na fanpage do meu Grupo de Asperger no Facebook, encontra sua analogia e pode ser devidamente ilustrada coma metáfora da Estátua com uma alma humana dentro, que quer pensar, sonhar, se emocionar, se expressar, expressar suas profundas emoções, mas estas ricocheteiam dentro da massa de rocha sólida e voltam para dentro novamente. E por isto mesmo se acumulam, intensificando ainda mais as emoções e os sentimentos, e consequentemente, sua sensibilidade. Por isto que muitos autistas são excelentes poetas, pois escrevendo conseguem expressar tudo o que a voz não diz.
Um componente que faz parte do Autismo desde sua origem, antes mesmo de ser imatura, quando ainda incipiente, é o Complexo de Inferioridade, que costuma ser muito forte neles, embora, muitas vezes não se manifeste claramente ou perceptivelmente. Como o Autista incipiente só consegue ver a metade ruim da Realidade, e a enxerga de um ponto de vista de quem olha o mundo através de uma lente de aumento, em que tudo para ele é visto como tão maior que ele, este fato por si só já gera nele um forte complexo de inferioridade, além da insegurança, baixa autoestima, baixa autoconfiança, e consequentemente vem a angústia e a depressão, e a compensação vem pelo seu mergulho em seu isolamento em seu Mundo Interno de Fantasia, onde o Complexo de Inferioridade procura ser compensado com um Complexo de Superioridade.
Porém, no advento traumático do Bullying, o Autista é repentinamente arrancado de seu Mundo Interno de Fantasia e submetido a um Choque de Realidade brutal, e o impacto da desilusão de não ser capaz de reagir como seus heróis de fantasia reagiriam e de vencer heroicamente seus agressores reais, o chocam violentamente, levando-o às vezes até a rejeitar seu próprio Mundo Interno de Fantasia que o decepcionou, reflexo direto de sua não aceitação de si mesmo, da imagem feia e pequena (e fantasiosa) de si mesmo que ele faz.
Tudo isto faz com que o sofrimento dele seja muito maior do que odo neurotípico, que não tem um pré-complexo de inferioridade em sua mente anterior ao evento do Bullying (mas que pode adquirir depois do evento).
Para que um neurotípico possa compreender como um Autista se sente quando vítima do Bullying, ele precisa sentar-se ou deitar-se com calma e ouvir a belíssima música “Ária na Corda Sol” de Bach, ou o “Adágio” de Albinoni, e se deixar levar pelas músicas e deixar aflorar os sentimentos que elas despertam. Penso que elas representem, ao menos para mim, toda a essência do sentimento, das emoções e da sensibilidade Autistas.
Só então poderá ter uma pálida ideia de toda a riqueza e deslumbre deste mundo tão vasto e complexo, e tão harmônico, para então poder ajudá-lo a quebrar a pedra e libertar a alma humana da estátua e poder brilhar, colocando para fora, para deslumbre de todos, o “tudo de bom” que ele tem dentro de si para mostrar e que deve ser valorizado.
No dia em que a Sociedade entender o que os Autistas tem de maravilhoso a contribuir para todos, talvez os Autistas não sintam mais a dor bachiana da incompreensão e da rejeição e, mostrando que podem crescer lindamente como Seres Humanos fundamentais para a própria Sociedade, que enfim será melhor, mais civilizada, bela e mais justa, livre de velhos instintos e ideologias ultrapassadas e cruéis do passado, e assim, não se restringindo à inclusão pelo politicamente correto, ou pelo dó, ou pela mera tolerância, e sim pela profunda compreensão e generosidade e sensibilidade humanas, e quem sabe aí os Autistas sejam as asas que a Sociedade precise para se reumanizar e se libertar do solo raso da ignorância, violência, vícios e insensibilidade para alçar voo para as virtudes mais louváveis da bela Essência Humana, que sempre estiveram presentes, mas que com a evolução da História, se esconderam nas nuvens do individualismo e do egoísmo que grassam, com suas tempestades de intolerância, discriminação e preconceito, a Humanidade e só trazem prejuízos e sofrimentos a quem, decididamente não merece tais castigos.
É preciso passar a pensar no Diferente não como inferior, doente, objeto de manipulação maniqueísta, mas como aquele que pode introduzir na sociedade novas ideias, valores, contribuições, beneficiando as pessoas através de sua diferença, pois o Diferente é o Novo, no sentido de ser aquilo que até então era indescoberto e desconhecido, mas que, ao ser entendido, contribuirá para o bem de todos nós.
Categorias: Destaque, Geral

sábado, 19 de janeiro de 2013

NORMAL É SER DIFERENTE....

Ser diferente....
Não importa o que você seja, quem você seja, ou que deseja na vida, a ousadia em ser diferente reflete na sua personalidade, no seu caráter, naquilo que você é. E é assim que as pessoas lembrarão de você um dia.

- "A verdade é que todo mundo vai te machucar,você só tem que escolher por quem vale a pena sofrer."

Um dia a tristeza vai embora... Aprendemos a sorrir novamente... Fazemos novas amizades... E vemos que todo aquele sofrimento do passado, não valeu tanto a pena... Pois se a vida fez as coisas andarem dessa forma... Foi porque não era pra ser... Pois se era pra ser o que pensavamos que era, não teriamos tomado rumos diferentes... Teriamos continuado caminhando na mesma direção.
Ayrton Senna

Acredito.....

Acredito que o amor possa fazer um mundo melhor... Sonho que um dia todos seremos iguais...e que não haverá olhos observando e mãos apontando os tidos e nomeados "DIFERENTES". Minha verdade é: "Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais..."
 Bob Marley

O Blog C@st da Mih compõe o MiniC@st da Mih e como o nome já diz é um mini podcast de maior freqüência , podendo ser diário ou semanal...de...