quarta-feira, 3 de julho de 2013

Plano de Ação Pedagógica ou PIE(Plano Individualizado de Estudo)

PLANO DE AÇÃO PEDAGÓGICA - PAP

PLANO DE AÇÃO PEDAGÓGICA
DEFICIENCIA INTELECTUAL
Sala de Atendimento Educacional Especializado

1 – Introdução

Muito se fala a respeito dos direitos e necessidades das pessoas com Deficiência Intelectual, porém percebe-se que essas pessoas tem encontrado grandes obstáculos para a sua aceitação e participação na sociedade.
A Constituição Federal de 1988 relata que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mercado de trabalho. A escola, por sua vez, tem como obrigação atender a todos seguindo os princípios de igualdade, acesso e permanência, liberdade de aprender e ensinar ( artigos 205 e 206).
Assim o direito à escolarização em classes comuns do Ensino Regular deve ser garantido aos alunos com deficiência intelectual, bem como o Atendimento Educacional Especializado nas Salas de Recursos Multifuncionais.
Diante disso, torna-se necessário estar enfatizando o trabalho realizado nas Salas de Recursos, onde a grande variedade de materiais, jogos e recursos pedagógicos podem ser utilizados para a aprendizagem do aluno deficiente intelectual.
Ao dar início as atividades no atendimento Educacional Especializado, na Escola de E.B.R.M, observamos, que os principais casos encontrados em sala de aula é decorrente da deficiência intelectual .
Após o levantamento, teremos 10 alunos que variam do primeiro ano ao nono ano, já alguns requerem atendimento diferenciado e específicos direcionados, outros atendimento em grupo.
Grande parte deste alunos não possuem conhecimentos básicos, encontrando dificuldades extremas nas disciplinas de matemática e de Oralidade. Não conseguem se reportarem a um assunto ou situação vivida de forma eloqüente precisam de ajuda para sequênciar fatos e organiza-los.

Os objetivos gerais que serão aplicados são:
* Realizar atividades que estimulem o desenvolvimento dos processos mentais: atenção, percepção, memória, raciocínio, imaginação, criatividade, linguagem, entre outros;
* Fortalecer a autonomia dos alunos para decidir, opinar, escolher e tomar iniciativas, a partir de suas necessidades e motivações;
* Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física,cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania.

Objetivos Específicos
*Listar cuidados pessoais, e inserir a sua rotina diária, pondo-as em práticas;
* Frizar a importância da leitura e da escrita, da matemática, através do lúdico.
* Promover momentos para as habilidades sociais, unindo escola, família e sociedade.
* Buscar junto a família, professores, atividades e troca de informação que leve a um diálogo na busca de soluções práticas e eficaz.

O presente plano tem como objetivo mostrar o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem que favoreçam a construção do conhecimento do aluno deficiente intelectual na Sala de Recursos Multifuncional.

2 – Referencial Teórico

O aluno que apresenta deficiência intelectual tem uma maneira de lidar com o conhecimento, que não condiz com o que a escola determina.
A deficiência intelectual não pode ser considerada uma doença ou um transtorno psiquiátrico, mas sim fatores que causam prejuízo das funções cognitivas que acompanham o desenvolvimento diferente do cérebro.
As deficiências intelectuais variam em um grau de leve a grave diferenciando muito a intervenção da pessoa que trabalha com este aluno.
Pode ser considerado deficiente intelectual as pessoas com funcionamento intelectual tolerável abaixo da média, com manifestação antes dos 18 anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, bem como:
Comunicação;
Cuidado Pessoal;
Saúde e segurança;
Utilização da comunidade;
Habilidades sociais;
Potencialidades acadêmicas;
Trabalho;
Lazer
Existem quatro áreas em que o indivíduo com deficiência intelectual possa apresentar diferenças entre si:
* Na área motora: algumas das crianças com deficiência intelectual leve não apresentam diferenças significativas considerando as crianças ditas “normais”, mas podem apresentar alterações na motricidade fina.
* Na área cognitiva: alguns alunos com deficiência intelectual algumas vezes podem apresentar dificuldades de aprendizagem nos conceitos abstratos, como por exemplo memorização, atenção...
* Na área da Comunicação: Alunos com deficiência intelectual podem encontrar dificuldades na comunicação, acarretando assim dificuldades nas relações intrapessoal.
* Na área sócio-educacional: pode ocorrer em alguns casos a discrepância entre a idade mental e a cronológica. Faz-se necessário juntar esses alunos com alunos da mesma idade cronológica, para aprenderem os comportamentos, valores e atitudes apropriados a suas idades.
Ao trabalhar com um aluno com deficiência intelectual não possui receitas prontas ou manuais de instruções. Temos que ter consciência que cada aluno é único, e que seus potenciais, conhecimento e necessidades precisam ser levados em consideração.
O aluno que possui essa deficiência, possui dificuldade de construir conhecimento, e de mostrar sua capacidade cognitiva, principalmente nas escolas onde o ensino é autoritário. Acentuando e dificultando o crescimento do aluno que possui necessidade especial ou deficiência. Conforme GOMES...

” O caráter meritocrático, homogeneizador e competitivo das escolas tradicionais oprimem o professor, reduzindo-o a uma situação de isolamento e impotência, principalmente frente aos alunos com deficiências mental, pois são aqueles que mais “ entravam” o desenvolvimento do processo escolar, em todos os níveis e séries. Diante da situação, a saída encontrada pela maioria dos professores é desvencilhar-se desses alunos que não acompanham as turmas, encaminhando-os para qualquer outro lugar que supostamente saiba como ensina-los.”(GOMES, p. 16).

Conforme o autor descreve acima, a maneira em que as escolas ensinam é tradicional, e acabam por diminuir o número de professores em situação de isolamento, porque os alunos com deficiência intelectual são os que apresentam maior dificuldade de aprendizagem. Essas dificuldades, o professor se vê impossibilitado de ajudar esses alunos e acaba encaminhando para instituições.
“Aprender é uma ação humana criativa, individual, heterogênea e regulada pelo sujeito da aprendizagem, independentemente de sua condição intelectual ser mais ou menos privilegiada”. (GOMES, 2007; FERNANDES, 2007; BATISTA, 2007; SALUSTIANO, 2007; MANTOAN, 2007; FIGUEIREDO, 2007, p.17).
O ensino regular é o ambiente de aprendizagem, é o espaço onde as pessoas com necessidades especiais possuem acesso ao currículo, possuindo assim o benefício da escolarização, desde que sejam respeitadas e valorizadas as suas diferenças.
Os alunos devem receber o serviço de apoio especializado na escola em período extra classe para auxiliá-los no processo de ensino aprendizagem.
Conforme Gomes....

“ o Atendimento Educacional Especializado para as pessoas com deficiência mental está centrado na dimensão subjetiva do processo de conhecimento. O conhecimento acadêmico refere-se á aprendizagem do conteúdo curricular, o Atendimento Educacional Especializado, por sua vez refere-se á forma pela qual o aluno trata todo e qualquer conteúdo que lhes é apresentado e como consegue significa-lo, ou seja compreende-lo”. ( GOMES, 2007, p.23)

O Atendimento Educacional Especializado, diferente do ensino regular deve abordar o desenvolvimento intelectual, deixando a posição passiva e automatizada para a aquisição ativa do próprio saber.
Como descreve a autora... As salas de recurso multifuncionais são espaços da escola onde é realizada o Atendimento Educacional Especializado para alunos com necessidades educacionais especiais, por meio de desenvolvimento de estratégias de aprendizagem, com base em um novo fazer pedagógico que venha favorecer a construção do conhecimento do próprio aluno, subsidiados para que desenvolva o currículo e ajude na vida escolar. ( ALVES, 2006, p.23).
Conforme a autora citada acima, as Salas de Recursos Multifuncionais é o espaço onde se realiza o Atendimento Educacional Especializado. Nesse espaço devem ser criadas as condições necessárias e liberdade para que o aluno que ali se encontra desenvolva sua criatividade. O professor especializado, deverá dar ao aluno com deficiência intelectual a possibilidade de questionar e modificar sua atitude, buscar soluções, agir com autonomia para alcançar o caminho certo.
Conforme a Convenção de Guatemala, deficiência é uma restrição física, mental ou sensorial que limita a pessoa de exercer suas atividades. Sendo assim o termo já coloca um impasse para o ensino comum, que muitas vezes pelo “rótulo” deixa de prestar um trabalho com o deficiente intelectual achando que o mesmo não tem capacidades ou condições de aprender.
Segundo as autoras... “ A Convenção da Guatemala, internaliza a Constituição Brasileira pelo Decreto nº. 3956/2001 define deficiência como [...] “uma restrição física, mental ou sensorial. De natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social”” ( GOMES, 2007; FERNANDES, 2007; BATISTA, 2007; SALUSTIANO, 2007; MANTOAN, 2007; FIGUEIREDO, 2007, p.14).
O AEE nas Salas de Recursos Multifuncionais irá propiciar condições para que o aluno portador da deficiência intelectual passe a construir sua inteligência, dentro de suas limitações e possibilidades. È fundamental esse atendimento educacional para que o aluno possa construir conhecimento para si próprio, deixando as necessidades da produção acadêmica.


3 – Metodologia
Para realização do Plano de Ação Pedagógica o público alvo são os alunos com deficiência intelectual os quais realizo Atendimento Educacional Especializado na Sala de Recursos Multifuncionais.
Os objetivos deste trabalho é poder desenvolver estratégias para levar o educando ao conhecimento conforme as suas necessidades e possibilidades. Para que o aluno possa adquirir o conhecimento é de extrema importância a utilização de ferramentas como o computador; do lúdico, como jogos e brincadeiras tendo como foco a aprendizagem do educando com Deficiência Intelectual.
Serão trabalhados os conteúdos conforme as necessidades do educando, havendo mudanças sempre que necessário for. Sendo assim trabalhadas:
Linguagem escrita
Linguagem oral
Reflexão e análise sobre a língua.
As estratégias serão modificadas de acordo com as necessidades do educando, andamento e progressos alcançados. Os recursos didáticos serão diversos, que estimulem a criatividade.


4 – Resultados esperados
Com o trabalho realizado na Sala de Recursos, espero estar desenvolvendo os processos mentais como atenção, memória, criatividade e principalmente fortalecer a autonomia do educando para tomar iniciativas, seja na sala de aula, como também em sua vida cotidiana.
O aluno deficiente Intelectual, terá oportunidade de ocupar seu espaço na sociedade e garantir o direito a educação. O ganho será para todos, sejam alunos ou sociedade.


5– Referências
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO,Secretaria de Educação Básica, Indagações sobre Currículo, Currículo e Avaliação. Brasília. Ministério da Educação básica. 2008.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. O processo de integração escolar dos alunos portadores de necessidades educativas especiais no sistema educacional brasileiro. Séries diretrizes nº 11. Brasília: Secretaria de Educação Especial (SEESP), 1995.

Adaptações Curriculares- Estratégias para a Educação de Alunos com Necessidades Educacionais Especias. Brasília: MEC, 1999.
ALVES, D. O. Sala de Recursos Multifuncionais Brasilia: MEC, 2006.
BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais/Ministério da Educação e do Desporto, Brasília: MEC/SEF,1999.
GOMES, A. L. L.& FERNANDES, A. C. & BATISTA, C. A. M. & SALUSTIANO, D. A. & MANTOAN, M. T. E. & DE FIGUEIREDO, R. V. Atendimento Educacional Especializado- Deficiência Mental. São Paulo: MEC/SEESP, 2007.

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